Tuesday, January 24, 2006

Say goodnight to the lady

Eu perguntei, Short or long story? e aí que ele me fitou com um par de lasers azuis e falou uma coisa, eu não entendi, Repete, ele repetiu, Enfia no cu, o que é estranho, porque todo mundo sabe que ter uma longa estória no lugar mais recôndito da anatomia humana é tão agradável quanto um pierrô cantando Tom Jones num número de sapateado tcheco, então procrastinei a parvoíce e concluí pra eu mim mesma, Short it is, então disse que estava o deixando e ele quis saber o porquê e Pois é, eu retruquei que não dava um duvideodó para o quanto meu blog é capital, é inicial, é transcendental para todos os meus três leitores, mas que essa vida não era mais pra mim, que jogasse o primeiro teclado, levantasse o mouse, piscasse um emoticon quem nunca havia parado para pensar em querer mais, em escrever uma reportagem que faria Zaratrusta emudecer, uma monografia que faria Fredo ulular, um romance que faria Derrida dar pulinhos de júbilo e satisfação, e continuei continuei continuei a ir à baila, falei que minha vontade encheria um Madison Square Garden, que ela não cabia mais no espelho de cá, que havia espichado horrores depois da puberdade, mas acho que ele achou que eu estava meio chapada porque logo em seguida me deu um tapa na bunda e torceu o canto da boca, Vem pra cama, mulher, eu fui.

Sunday, January 01, 2006

Miss Sinclair (audasciously) presents

Madame Zelda: leva seu amor achado em três dias

Salve, salve, cambada. Como todo mundo sabe (ou ao menos deveria, se não vamos ter que começar tudo de novo), quanto mais se olha, menos se vê. Logo, para que ceder ao esforço de depilar? Portanto, em 2006, meus votos são pra que todo mundo cultive menos aparência e mais essência em sua vida: todos os mizifios deveriam dar um vade retro, um cruz que me credo, um chega-pra-lá-que-te-pego-pra-capar naquilo tudo que empaca seu dia, empata sua foda, atrasa sua vida, adia a hora agá e fecha as cortinas para o verdadeiro espetáculo que é o lessing the talk ‘n’ moring the action nessa vida que é bonita, é bonita e é bonita...

É bunda-lelê em Buckingham? Backpacking no cu do mundo (ou do bofe do 304)? Quinze minutos de infâmia entoando um “ei, Godár, vai tomar no cu!” no próximo Cinturão de Cinefilia abotoado pelos filisteus-de-uma-puta da stravaganza intelequituau contra-campista? Isso! Issa! Não temeis o dedo do Senhor a cutucar sua ferida, ó infiel (mas não se esqueça de assegurar a vaselina e amolecer a manteiga nos conformes do supositório filosófico de São Tomei, o apóstolo que só acreditava no que via a sua frente e principalmente as suas costas): now that we hung the oldman, que o velhinho foi bater as chuteiras, pendurar as botas, desamarrar os cadarços, que o calendário renovou e a esperança se enfiou no buraco negro novinho em trolha do medo, não se contente com pouco: pra que pedir um gole se você pode ter uma garrafa, uma adega, um vinheiro inteiro na Califuckórnia só pra chamar de seu?

Por isso, no ano novo que nos espera, take your youth and shove up the ass dessa gente que quer vestidos bonitos, champanha francesa, metáforas a granel. Nesse dois-mil-e-seis, não tenha medo de ser ha-ha sem graça, sem sal, sem paciência pra tudo aquilo que te dite a cartilha, que repita o modelito, que faça bonito sem fazer feio também. Chères e chéries, sejamos realistas: refaçamos o impossível. Go, baby, go, go. Porque lá no fundo real life é que nem o perfil da Barbra, não dá pra embonecar com maquiagem: melhor assumir a nareba e digerir o luxo e o lixo numa galgada só, sem purpurinar ou reciclar coisa alguma, porra nenhuma.